Com o prolongamento da pandemia, os dados de atendimentos em consultórios de pessoas afetadas mentalmente pelos efeitos do isolamento, do medo, da tristeza, da situação econômicas são alarmantes.
Além do aumento de tentativas de suicídios, de casos de depressão, ansiedade e ataques de pânicos, houve também uma alta nos registros de doenças orgânicas associadas.
Um dos maiores fatores vistos por psicoterapeutas são pessoas com doenças graves que se entregam ao negacionismo e ao excesso de medicamentos. “Há uma tendência da população em tratar apenas a doença do corpo físico e ignorar a importância do cuidado com a mente.
Na maioria dos casos, os remédios sozinhos não são capazes de curar, principalmente quando a cabeça está adoecendo também. Integrar com seriedade o tratamento, unindo corpo e mente, tem efeitos fantásticos na recuperação da saúde física”, explica Maria del Mar, psicóloga, psicoterapeuta, formadora internacional e escritora.
De acordo com o criador da psicologia analítica, Carl Jung, a doença nasceu para curar o homem. A partir dessa premissa, a psicoterapia somática explica que o corpo é um campo informacional, capaz de nos alertar sobre os desequilíbrios internos por meio de doenças. A maioria das patologias são frutos de circunstâncias integradas, tanto físicas, quanto mentais e genéticas.
“O corpo adoece para nos dizer que há coisas que fazemos, comemos, tomamos e como nos relacionamos, que nos fazem mal. Então o corpo entra em desequilíbrio. Em grande parte dos casos, a doença não chega para matar-nos, ela chega para nos proteger, para que algo seja alterado. Isso é o que chamamos de conversão orgânica que estudamos na psicossomática Humanista”, explica a Maria del Mar.
O conceito de psicossomática humanista é muito amplo e dentro dele, a psicoterapia tem papel importante na maioria dos tratamentos. Sem alterar o ato médico e o uso dos medicamentos, o profissional realiza o diagnóstico somático e auxilia o paciente a ter mais consciência de seu estado, já que o estresse pode modificar o comportamento genético e resposta imunológica do corpo humano.
O tratamento tem o intuito de ajudar os pacientes a serem coautores do seu processo de cuidado, ao ajudar na autorregulação, que contribuiu com os processos curativos naturais do corpo ao estar em contato com uma melhor versão de si próprios, com menos estresse e, por tanto, uma maior imunidade.
“Sem dúvida o desequilíbrio da saúde mental tem sido agora uns dos efeitos mais terríveis que estamos enfrentando. Deixo um alerta importante, temos que ter maior atenção não só com a saúde física, com a imunidade do corpo, mas com tudo o que acontecendo colateralmente, a forma como olhamos para o mundo, a segurança dentro e fora das pessoas está em causa.”, alerta a psicóloga.
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