No Brasil, os famosos canudinhos de plástico estão por todos os lados e fazem parte da rotina da população. Práticos, eles são considerados ícones das mudanças comportamentais do consumidor moderno. Basta ir a um centro comercial, olhar para os lados e contar quem não tem pelo menos um em mãos.
A exceção fica por conta do Rio de Janeiro, que baniu o uso do produto. Desde julho passado, bares, restaurantes, lanchonetes e quiosques são obrigados a oferecer canudos de papel. Em caso de desobediência, o estabelecimento é multado. Com isso, o estabelecimento muitas vezes oferta copos de plástico, 10 vezes mais pesados, menos práticos e mais poluidores do que os canudinhos.
Dados da ONG Ocean Conservancy, sediada nos Estados Unidos, apontam que o canudo de plástico foi o 7º item mais coletado nos oceanos em todo o mundo no ano passado.
Proibi-los parece a solução mais fácil, mas não a melhor. Outras cidades brasileiras, como São Paulo, por exemplo, pensam em fazer o mesmo sem antes buscar as novas tecnologias em desenvolvimento. O fator da biodegradação dos canudos é fator determinante para denomina-los vilões ou mocinhos.
Na verdade, a degradação do meio ambiente tem um ranking de culpados, onde estão as polêmicas sacolinhas plásticas distribuídas em supermercados, copos e sacos de plástico, garrafas de refrigerantes PET, marmitas e agora os canudos. Sem falar que bitucas de cigarro são muito mais numerosas poluentes no mar do que os canudos. Mas não se vê nenhuma lei propondo sua proibição, que também contém plástico.
Não ocupam posições na lista, mas deveriam, uma fatia da sociedade e as indústrias e/ou empresas que ainda não buscaram alternativa nas novas tecnologias e nem incorporaram a consciência ambiental em suas rotinas. Não adianta elencar culpados se não forem produzidos e adotados produtos “amigos da natureza” e o hábito de reciclar, para que o descarte seja feito de forma correta. Somado a isso, educação ambiental.
Uma pesquisa divulgada recentemente (julho/2018) pelo Instituto Akatu (Organização não governamental que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente) apontou que 52% dos consumidores brasileiros compartilharam informações sobre empresas e produtos sustentáveis. Isso significa que apenas metade do povo brasileiro se preocupa com a matéria-prima daquilo que compra e consome, todas as etapas do processo produtivo e o comportamento sustentável das empresas.
Novas tecnologias: a solução da indústria plástica
A necessidade urgente de substituir o canudo de plástico comum por um produto com matéria-prima que reduza o impacto no meio ambiente e preserve o planeta fez com que algumas empresas brasileiras começassem a produzir canudo biodegradável.
Segundo Eduardo Van Roost, presidente da RES Brasil (desenvolve e fornece materiais e tecnologias avançadas para a fabricação de embalagens e produtos biodegradáveis e recicláveis, com baixo impacto ambiental), o canudo biodegradável permanece menos tempo na natureza.
“Se o canudo for descartado incorretamente vai biodegradar conforme normas nacionais e internacionais e reduzir a poluição ambiental. Ao final do processo de biodegradação restará apenas água, biomassa e pequena quantidade de dióxido de carbono”, explica.
Produzidos com tecnologia e insumos certificados de origem inglesa, os canudos biodegradáveis poluem menos, o que diminui o risco de sufocamento da vida selvagem. Além disso, não produzem microplásticos – um dos principais vilões da poluição dos oceanos, impactando a fauna e flora marítima -, não contêm derivados de animais e nem são testados neles, são livres de produtos geneticamente modificados e de Bisfenol A (BPA), e acima de tudo são recicláveis dando origem a um novo produto.
Por que adotar o uso de canudos de plástico biodegradável?
* O tempo que você leva para beber um refrigerante ou saborear um milk-shake é o mesmo da vida de um canudo, ou seja, no máximo dez minutos. Depois, ele é descartado. Se for feito de plástico comum, a conta do descarte incorreto quem paga é o meio ambiente, pois este tipo de canudo demora 200 anos ou mais para desaparecer, tempo suficiente para poluir o planeta.
O canudo biodegradável leva até dois anos para decomposição. Porém, dependendo do meio do meio onde estiver, esse tempo pode ser bem menor (120 dias em solo e cerca de cinco meses na água do mar). Até se decompor, ele degrada em material que não é considerado plástico e torna-se biodegradável igual a uma folha de árvore, por exemplo.
* Em relação às opções de metal ou de vidro, o canudo de plástico biodegradável não exige esterilização;
* Todos os canudos de plástico biodegradáveis são recicláveis e fabricados por indústria brasileira certificada em segurança alimentar, de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Evolução da indústria de plástico
Para Eduardo, houve uma evolução da indústria de plástico em relação ao meio ambiente. “Hoje, os plásticos comuns estão cada dia mais resistentes mesmo com espessuras menores. Portanto, menos plástico, em peso, é produzido para a mesma função. Além disso, a indústria já vem produzindo biodegradáveis há mais de 15 anos”, afirma.
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